MESTRE NENEL
Manoel Nascimento Machado, Mestre Nenel, nasceu em 26 de setembro de 1960, na cidade do Salvador, no Estado da Bahia. Filho de Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, e de Berenice Conceição Nascimento. Desde muito cedo seguiu os passos do pai, acompanhando-o nas atividades diárias pelo seu Mestre desenvolvidas nas escolas, localizadas no Nordeste de Amaralina e na rua das Laranjeiras no Terreiro de Jesus, principais núcleos de formação da Capoeira Regional na Bahia, nos anos 60 e inicio dos 70 do século passado. Nenel foi membro ativo da Turma de Bimba, conjunto cultural famoso, participando de diversas apresentações de capoeira e outras manifestações tradicionais da cultura da Bahia, neste Estado e em outros do Brasil.
Em junho de 1967 foi formado, de acordo com o padrão do Centro de Cultura Física e Regional, recebendo, na ocasião, das mãos do próprio pai, o lenço azul.
Quando da mudança do Mestre Bimba para Goiás, Nenel acompanhou o pai e lá se tornou uma testemunha viva das agruras e sofrimentos pelos quais o criador da Capoeira Regional, seus familiares e outras pessoas que o acompanharam na mudança passaram. Aos 13 anos de idade com o irmão Dermeval, tentaram dar prosseguimento em Goiânia/Goiás, ao trabalho do pai que veio a falecer em fevereiro de 1974.
Em 1975, Nenel vai morar em Brasília, ano em que fundou a sua primeira escola de capoeira “Associação de Capoeira Regional Mestre Bimba Filho”, tendo como propósito dar continuidade à transmissão da Capoeira Regional. Em 1977, retorna a Salvador, onde mora até hoje. Nos primeiros anos após o retorno encontra dificuldades para se estabelecer como transmissor do legado do Mestre Bimba e adota como meio de sustentação de vida outras atividades profissionais, entre elas, incluindo a participação em grupos folclóricos. Nos anos de 1977 e 1978 sagrou-se bi-campeão de capoeira, disputando o campeonato baiano, em moldes esportivos, pela Ginga Associação de Capoeira.
Em 25 de janeiro de 1990 o núcleo principal da Filhos de Bimba Escola de Capoeira Regional passou a funcionar no Liceu de Artes e Ofícios, fazendo parte do projeto de revitalização institucional do Liceu, destinado para jovens aprendizes, funcionando a capoeira como instrumento de educação e sociabilidade.
Alem de atender essas demandas, com os recursos disponibilizados por aquela instituição, tornou-se possível a propagação do trabalho executado pelo Mestre Nenel para fora dos muros do Liceu, tornando-o conhecido no Brasil e no exterior como um modelo de transmissão das riquezas culturais da capoeira.
No impulso dessa revitalização histórica se criou outros núcleos de capoeira regional no Brasil e no exterior. Surgiram novas formas de ensino, ajustando-se o modelo original às novas expectativas. Cursos de curta duração e pequenos circuitos passaram a serem realizados no Brasil e no exterior, para atender a procura que dia a dia vem se tornando mais frequente.
Criou-se a Festa da Iúna, que trouxe para a ativa antigos alunos do Mestre Bimba, para servirem de exemplo para as novas gerações. De maneira bastante efetiva se investiu na formação de novos capoeiras, dando prioridade ao trabalho de natureza social destinado para jovens e adolescentes. Neste aspecto merece referencia especial o Projeto Capoerê da Fundação Mestre Bimba, que nos anos 90 foi implantado em vários municípios do Estado da Bahia. Diante da dimensão tomada este projeto abriu-se á participação de outros grupos de capoeira, de modalidades diferentes. No auge do seu desenvolvimento o Capoerê beneficiou mais de três mil crianças e adolescentes.
Num período tumultuado da capoeira (anos 80 e 90) foi criada a Festa da Zumbimba, a festa da camaradagem, estabelecendo um ambiente favorável para a convivência de capoeiristas dos mais diversos grupos para vadiar, sambar, comer, bater papo conforme o refinamento da tradição da cultura negra no Brasil.
O trabalho do mestre Nenel é hoje um dos mais distinguidos no universo da capoeira, sendo o mesmo bastante requisitado para ministrar cursos, abrilhantar eventos, realizar palestras e legitimar movimentos de capoeira.
MESTRE MÃO BRANCA
William Douglas Guimarães mais conhecido como Mestre Mão Branca, teve seu primeiro contato com a capoeira aos 10 anos de idade na cidade do Rio de janeiro, em uma roda na Central do Brasil, quando ainda morava em uma favela naquelas imediações, denominada morro da Providencia.
Porém, foi em Belo Horizonte, sua cidade natal, já com 15 anos de idade onde deu inicio aos seus treinamentos.Lá, em um terreirão de capoeira, treinou com o seu primeiro mestre Luiz Mario Ladeira Jacaré, conhecido no mundo da capoeira como Mestre Jacaré. Treinou aproximadamente 2 anos com Mestre Jacaré, em seguida mudou–se novamente para o Rio de janeiro, onde deu continuidade aos treinamentos com um grupo de capoeiristas que treinavam na quadra da escola de samba Porto da Pedra, onde o Mestre era o Elinho, conhecido como Elinho Águia Negra.
Um dia o Mestre Elinho Águia Negra levou os alunos para visitarem a Associação de Capoeira Negrinhos de Sinhá(ACNS). Foi então que Mestre Mão Branca conheceu aquele que escolheria para ser seu Mestre nos caminhos da capoeira José Carlos Vicente, o Mestre Gigante.O Mestre Gigante era um mestre formado por Mestre Manoel Gato Preto da Associação Moçambique de Capoeira do Rio de janeiro. Em 1974, Mestre Gigante fundou seu grupo a Associação de Capoeira Negrinhos de Sinhá, Mão Branca ficou encantado com a capoeira e com o trabalho de Mestre Gigante, vendo ali uma oportunidade de crescimento decidiu ingressar na ACNS, onde treinou até se formar Mestre.
Retornou a Belo Horizonte em 1980, onde fixou residência fato que o levou a um período de distanciamento de seu Mestre, Mão Branca fundou então o grupo de capoeira Guerreiros de Angola e passou a desenvolver um trabalho de ensino da capoeira em BH, nessa época retomou o contato com Mestre Gigante. Em 31/11/1985 recebeu de Mestre Gigante o título de Mestre, e com ele a proposta de utilizar o nome do grupo Negrinhos de Sinhá no trabalho que vinha desenvolvendo na capital mineira. Mestre Mão Branca divulgou e trabalhou com o nome da ACNS até a morte de seu Mestre.
Com o falecimento de Mestre Gigante, Mestre Mão Branca tentou reestruturar a ACNS, mas não teve sucesso. Então resolveu criar um novo nome para seu trabalho, onde pudesse desenvolver seus ideais sem gerar problemas com seus irmãos formados de Mestre Gigante. Então em 5/02/1993 William Douglas Guimarães( Mestre Mão Branca) cria então o grupo Capoeira Gerais, mantendo o nome Negrinhos de Sinhá só para assuntos jurídicos e contratuais. Mestre Gigante foi formado pelo Mestre Manoel Gato Preto da Associação Moçambique de Capoeira do Rio de Janeiro.
Mestre Mão Branca fundou e presidiu a Federação Mineira de Capoeira e ajudou a fundar a Confederação de Capoeira. Em 2005 fundou uma nova Federação em Minas Gerais a Federação de Capoeira do Estado de Minas Gerais (FECAP-MG) da qual atualmente é presidente. Criou no início da década de 80 o Jornal Rabo de Arraia no intuito de levar informação aos capoeiristas. Já gravou 4 CDs e uma coletânea com mais de 80 mil copias vendidas.
Participou e fez diversos documentários, vídeos e DVDs. Vem realizando desde a década de oitenta vários eventos nacionais e internacionais, dentre eles destacam-se a realização dos primeiros jogos internacionais na cidade de Vevey (Suiça- 2007) , realizando no Brasil recentemente 5° Festival Mundial de capoeira 2008 em Belo Horizonte, Minas Gerais. Mestre Mão Branca tem divulgado a capoeira ao redor do Mundo ministrando cursos e realizando eventos.
MESTRA JANJA
Nascida Rosangela Costa Araújo, Mestra Janja é baiana. Iniciou-se na Capoeira Angola em 1982, através dos mestre João Grande, Moraes e Cobra Mansa, sendo uma das alunas-fundadoras do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho/GCAP, em Salvador.
Em 1995, em São Paulo, inicia os trabalhos do atual Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Bantu no Brasil, hoje com núcelos em Salvador, São Paulo, Brasília, e também em Moçambique, Alemanha, Polônia , México e Inglaterra.
É historiadora formada pela Universidade Federal da Bahia/UFBA, Mestra e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo/USP.
Tem realizado palestras e cursos em vários estados brasileiros e também no exterior, atuando no campo dos Direitos Humanos com foco nas lutas antirracistas e anti-sexistas, sendo esta uma marca da sua trajetória, tanto na capoeira quanto na vida acadêmica.
Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia. Conheça o site do nzinga www.nzinga.org.br/pt-br/
MESTRE GLADSON
Gladson de Oliveira Silva, Mestre Gladson, como é conhecido no mundo da Capoeira possui uma longa trajetória de realizações e projetos com a modalidade. Iniciou seu aprendizado na década de 60 em São Paulo com o Mestre Paulo Gomes da Cruz discípulo de Arthur Emídio. Posteriormente, seu Mestre foi Airton Neves Moura, o Mestre Onça, discípulo de Mestre Bimba, com quem aprendeu os fundamentos da Capoeira Regional. Viajou diversas vezes à Bahia e Rio de Janeiro nas décadas de 60 e 70 onde conheceu Mestre Bimba, Pastinha, Arthur Emídio, Djalma Bandeira, Mario Bonfim, Leopoldina, entre outros Mestres da Velha Guarda.
Foi pioneiro na introdução da Capoeira em Escolas e Universidades. Ensinou em Escolas tradicionais de São Paulo, como os Colégios Arquidiocesano e Nossa Senhora da Consolação. Em 1972 introduziu a Capoeira na Universidade de São Paulo, no Centro de Práticas Esportivas (CEPEUSP) e na Escola de Educação Física da USP (EEFEUSP). No CEPEUSP leciona até hoje, desenvolvendo diversos Projetos importantes para a Capoeira do Brasil e do mundo, como os Torneios Inter Universidades de Capoeira e as Clínicas de Capoeira, por onde passaram importantes Mestres como João Pequeno, João Grande, Bobo, Boca Rica, Moraes, Pelé da Bomba, Canjiquinha, Ezequiel, Itapoan, Nô, Nenel, Toni Vargas, Ramos, Paulinho Sabiá, Mão Branca, entre outros.
Introduziu também a Capoeira na Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, onde leciona até os dias atuais no DEFE da Água Branca – Conjunto Desportivo Baby Barioni. Mestre Gladson foi um dos fundadores da Federação Paulista de Capoeira e durante 15 anos foi Diretor Técnico da mesma, tendo conquistado por 4 vezes o título de Campeão Brasileiro, além de diversos outros títulos, dirigindo a Equipe de São Paulo. Teve importante participação, tendo sido Campeão em 1987, nos Jogos Escolares Brasileiro – JEBs. Foi também Diretor da FUPE (Federação Universitária Paulista de Esportes) e da CBDU (Confederação Brasileira de Desporto Universitário), onde organizou e dirigiu dezenas de eventos, entre eles o primeiro Evento Internacional de Capoeira Universitário entre as seleções Paulista e Americana.
Publicou dois livros: “Capoeira do Engenho à Universidade” e “Capoeira Um Instrumento Psicomotor para a Cidadania”, este último em parceria com o Contra Mestre Vinicius Heine, sendo os mesmos amplamente reconhecidos pela comunidade da Capoeira e utilizado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo no Programa Sala de Leitura. Lançou com a Editora Três a primeira Revista de Capoeira em 1983.
Viajou diversas vezes ao exterior – Japão, Rússia, EUA, Espanha, Alemanha, Argentina, Peru – representando o Brasil e divulgando a Arte da Capoeira. Sua Escola, a Projete Liberdade Capoeira, atua na preservação e valorização da Capoeira nos seus aspectos histórico, cultural, social e educacional no Brasil, na Argentina, no Peru e na Espanha.
É fundador e coordenador do Projeto Porta Aberta, um Projeto Social que há 12 anos promove inclusão social através da Capoeira entre crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social no bairro do Capão Redondo, periferia de São Paulo.
Atualmente Mestre Gladson ministra cursos e palestras no Brasil e no exterior, tanto para grupos de Capoeira quanto para organizações educacionais, disseminando uma proposta de Capoeira voltada para a promoção da Qualidade de Vida e do Bem Estar Biopsicossocial.
MESTRE ELIAS
José Elias da Silva, Mestre Elias, nascido em Recife (PE) em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro cidade de Teresópolis em 1967. Começou a praticar Capoeira em 1968 em uma sala no mercado Wilson, ou como é mais conhecido, no beco das “piranhas” com um professor de nome Carlinhos de Recife. Em 1969 o Professor Carlinhos foi embora da cidade. Em 1972 Elias teve seu primeiro Mestre de Capoeira, Mestre Geraldão, um estudante de medicina que se formou em 1974 nos deixando logo a seguir, ficando em seu lugar Girardan, formado por Mestre Tabosa de Brasília. Nesse período Elias já ministrava aulas de Capoeira.
Em 1976 foi morar no Rio de Janeiro para trabalhar e estudar, onde conheceu em Copacabana na Travessa Angrense o que muito queria e que muito ouvia falar, o GRUPO SENZALA DE CAPOEIRA. Elias ficou fascinado pelo trabalho desenvolvido pelo Grupo Senzala, onde familiarizou-se com os fundamentos, a técnica e a didática desenvolvida pelo mesmo. Em 1982 ainda como professor de Capoeira, levou o Grupo Senzala para Teresópolis, sob a responsabilidade do Mestre Itamar, um dos fundadores da Senzala.
A partir de um excelente trabalho, dedicação e fidelidade aos conhecimentos adquiridos, em 1990 Elias formou-se e recebeu a corda vermelha, graduação máxima no Grupo. Hoje, é conhecido no universo da Capoeira como MESTRE ELIAS.
No intuito de aprimorar seus conhecimentos e de poder melhor atender aos anseios dos seus alunos, Mestre Elias graduou-se em Educação Física pela Universidade Salgado de Oliveira o que, indubitavelmente, resultou em um desenvolvimento ainda melhor de seu trabalho, uma vez que pode conjugar os conhecimentos adquiridos na Universidade com as consciências corporal e mental exercidas na Capoeira.
Em 1995 Mestre Elias recebeu o primeiro convite através do Mestre Peixinho para desenvolver trabalho no exterior. Nessa oportunidade mandou seu filho Michel York, que ficou radicado em Londres na Inglaterra e fez excelentes contatos em vários países da Europa, tendo participação inicial da explosão da Capoeira naquele continente.
A partir daí Mestre Elias tem percorrido o Brasil o exterior, participando a convite de encontros, palestras, simpósios, ministrando cursos e dirigindo eventos em diversos países da Europa e EUA.
CARLOS EUGÊNIO LÍBANO SOARES
Historiador, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas e Doutor em História Social do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas, Carlos Eugênio Libano Soares é um dos mais conceituados pesquisadores e escritores no campo da Capoeira e escravidão.
Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de História da escravidão africana no Brasil, com ênfase em História urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: capoeira, escravidão, escravidão urbana, africanos nas cidades do Rio de Janeiro e Salvador no século XVIII.
É autor de diversos Livros, entre eles: A Capoeira Escrava e outras Tradições Rebeldes no Rio de Janeiro 1808 – 1850, Cidades Negras. Africanos, crioulos e espaços urbanos do século XIX, No labirinto das nações: africanos e identidades no Rio de Janeiro, século XIX, A Negregada Instituição: os capoeiras na Corte Imperial 1850 – 1890, além de inúmeros artigos em revistas científicas.
MESTRE POMBO DE OURO
José Bispo Correia, conhecido no mundo da capoeira como Mestre Pombo de Ouro, teve seu primeiro contato com a capoeira em 1967, através de Querdoval aluno do Mestre Bimba que indicou a academia do Mestre, quando estava ainda no Terreiro de Jesus, quando viu uma roda de capoeira angola, na Rua Chile onde trabalhava.
Formou-se na academia de Mestre Bimba juntamente com os MestresCesar Itapoan, Camisa Roxa, Saci, Acordeon, Calango, Cabeludo 2, Peteca e outros capoeiristas. Em 1969, Mestre Pombo de Ouro participou de vários shows de capoeira, conheceu em Manaus o Mestre Valdemar Santana “Leopardo Negro” um lutador de Box, que o considerou como sendo seu outro Mestre, fez luta livre. Em 70 foi para Brasília encontrando-se com o Mestre Tarzan, outro aluno de Mestre Bimba e permanece por lá até os dias de hoje seguindo seus trabalhos com a capoeira.
Mestre Pombo de Ouro conhecedor e difusor dos princípios da arte Capoeira. Salve, Mestre! Seu ditado é:
“O grande mestre é o tempo, a grande roda é a vida, e quem não ginga na roda da vida dança.”
MESTRE JOGO DE DENTRO
Jorge Egidio dos Santos, Mestre Jogo de Dentro, nasceu em Alagoinhas – BA em 06 de abril de 1965. Começou seus estudos de Capoeira Angola em 1982 no Forte Santo Antônio (Salvador) na academia de M. João Pequeno de Pastinha. Depois de um ano foi batizado por M. João Grande de quem recebeu seu apelativo: Jogo de Dentro, em 1986 recebe sua primeira graduação como Professor de Capoeira Angola.
Compreendendo sua responsabilidade começou a dar aulas para Mestre João Pequeno antes de ir para seu emprego em um supermercado, onde trabalhou por cinco anos. Em 1989, deixou seu emprego se dedicar exclusivamente à Capoeira Angola. Continuou seu trabalho com seu Mestre, em sua academia tentando organiza-lo, mas enfrentou muitas dificuldades com os alunos, encontrando conflitos em função da organização que queria fazer, a fim de que o trabalho de Mestre João Pequeno não terminasse devido a falta de consciência de seus alunos.
Em 1990, durante um evento realizado no dia 23 de setembro, M. João Pequeno lhe deu a graduação de Contramestre pelo trabalho desenvolvido em sua academia. Ao final do mesmo ano M. João Grande viajou para os Estados Unidos e deixou um trabalho iniciado no teatro Miguel Santana, no Pelourinho.
Sentindo a dificuldade dos alunos, se propôs a ajudar na continuidade do trabalho do M. João Grande. No entanto, foi um processo bastante difícil, pois os alunos estavam acostumados com seu Mestre e começaram a questionar o novo método de trabalho. Contudo, não se deixou abater e continuou seu trabalho como seu Mestre havia lhe ensinado. Na ocasião, alguns alunos permaneceram e outros saíram.
O nome desse grupo era “Herança de Pastinha”, mas quando começou, mudou para “Filhos de João Pequeno e João Grande”, porque Jogo de dentro era aluno de João Pequeno y os alunos eram de João Grande. Mais tarde o grupo passou a se chamar “Semente do Jogo de Angola”, devido aos conflitos e agressões dentro da academia de M. João Pequeno.
O grupo foi formado por pessoas que acreditavam em seu trabalho, conscientes do que queriam com a Capoeira Angola em sua vida e em seu mundo.
Foi formado Mestre de Capoeira Angola, por M. João Pequeno em 27 de fevereiro de 1994. A Capoeira Angola é sua maior companheira. Mestre Jogo de dentro sempre ensina para os SUS alunos:
“Sejam humildes, tenham a Capoeira Angola como finalidade de vida, resgate de nossas raízes e não permitam nunca que se converta em una luta competitiva. Confiemos nesse trabalho, pois eu confio em mim até o fim dos meus dias a filosofia da Capoeira Angola”.
MESTRE BRASÍLIA
Antônio Cardoso Andrade, mais conhecido como Mestre Brasília (29 de maio de 1942) é um capoeira brasileiro, nascido em Alagoinhas/Bahia. É discípulo de Mestre Canjiquinha que por sua vez aprendeu capoeira com Antônio Raimundo – o legendário Mestre Aberrê que aprendeu com o escravo Benedito.
É pioneiro da capoeira de São Paulo. Fundou o grupo Cordão de Ouro com Mestre Suassuna e depois desligou-se criando a Associação de Capoeira São Bento Grande.
Mestre Brasília treinou e conviveu também com mestres renomados como Mestre Bimba, Onça, Limão, Silvestre, Suassuna, Joel, Zé de Freitas entre outros.
Brasília é compositor de diversas músicas entre capoeira, samba, puxada de rede, maculelê e outros ritmos brasileiros, já escreveu 2 livros sobre sua trajetória e a capoeira e gravou discos que reúnem composições próprias e obras do cancioneiro de domínio popular brasileiro.
Mestre Brasília recebeu no último dia dois de julho (data em que se comemora a Independência da Bahia) o Troféu Soteropaulistano, sendo considerado um dos três baianos que mais representam o espírito de alegria e diversidade que encantam São Paulo, juntamente com Tom Zé, Ina de Abreu.
MESTRE NATANAEL
Nascido em Irará, Recôncavo Baiano, em 2 de Dezembro de 1946, Mestre Natanael, foi discípulo de Mestre Canjiquinha. Um dos pioneiros da Capoeira em São Paulo, chegou em 1966 na capital paulista.
Participou da fundação de uma das primeiras academias de capoeira em São Paulo, a Associação de Capoeira Quilombo dos Palmares, do Mestre Limão, onde ensinava capoeira e participava de eventos e demonstrações, no Bairro do Brookling em São Paulo.
Frequentador da Roda da Praça da República desde 1969 é sem dúvida uma lenda viva da Capoeira.Dono de uma das vozes mais vibrantes e bonitas do universo da Capoeira, gravou diversos LPs e Cds com grandes sucessos consagrados nas rodas de Capoeira no Brasil e no mundo.
Atualmente Mestre Natanael ministra aulas de Capoeira na sua Associação “Filhos de Banto” em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo e viaja diversos estados do Brasil mostrando a sua Arte
MESTRE LEVI
Uma das principais referências da Capoeira do Rio de Janeiro, Levi Tavares de Souza, Mestre levi é Formado pelo Ms. Khorvo, atual presidente da Liga Municipal de Capoeira de D. de Caxias – RJ; Membro do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro e Promoção da Igualdade Racial e Étnica de D. de Caxias (COMDEDINE – PIR), Integrante do Conselho Superior de Mestres da Federação Internacional de Capoeira (FICA). Suas Especialidades na Capoeira são Fundamentos, Rituais e Tradições.
MESTRE CHIQUINHO (TXAI BRASIL)
CMESTRE VINICIUS HEINE
XV Clínica de Capoeira 